Do convívio social à reclusão do lar

discussão acerca da regulamentação do Homeschooling no Brasil a partir da concepção de Apartheid Social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.63451/dti.v2i21.149

Palavras-chave:

Desigualdade social, Homeschooling, Apartheid Social, Dignidade da Pessoa Humana

Resumo

O direito fundamental à educação consagrado tem como um de seus objetivos o reconhecimento dos indivíduos como protagonistas na busca por justiça social. A formação de uma sociedade ética, livre, igualitária, pacífica e justa, passa necessariamente pela emancipação dos cidadãos através da educação. Impulsionado pela Era Digital, surge nesse cenário a discussão sobre a regulamentação do Homeschooling no Brasil, principalmente a partir dos Poderes Judiciário e Legislativo, apresentando-se como um grave retrocesso, haja vista a possibilidade de prejudicar diretamente o processo de socialização do indivíduo. Como objetivo geral, a presente pesquisa buscou demostrar a necessidade de legislar sobre o tema diante dos riscos para a efetivação do direito fundamental à educação e para o aumento das desigualdades sociais. Para tanto, verificou-se a definição de Homeschooling, a discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE 888.815/2018. A presente pesquisa foi estruturada da seguinte maneira, o primeiro tópico dedicou-se a averiguar a definição do Ensino Domiciliar, bem como observar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal ao julgar o Recurso Extraordinário nº 888.815/2018 – RS. O segundo tópico almejou compreender a possibilidade de regulamentação do Homeschooling a partir da discussão travada no âmbito do Congresso Nacional, para então identificar se tal cenário se mostra favorável à promoção do princípio constitucional da isonomia. Valendo-se do método dedutivo e das técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, concluiu-se que a discussão sobre a regulamentação desse método tão somente pelo viés político, sem observar a realidade da sociedade brasileira, agravará o fenômeno do Apartheid Social brasileiro.

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Biografia do Autor

Saulo Capelari Junior, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Doutorando e Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Pesquisador em Direito e Tecnologia. Parecerista. Professor e Advogado. E-mail: saulo.capelari@hotmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1545158262493117.

Jordy Arcadio Ramirez Trejo, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Doutorando e Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Bolsista CAPES. Pesquisador. Fundador da IusTech Revista de Direito e Tecnologia. Conciliador credenciado pelo Ministério da Justiça do Peru. E-mail: jramireztrejo29@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3562054964709246.

Jaime Domingues Brito, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Doutor em em Sistema Constitucional de Garantia de Direito pela Instituição Toledo de Ensino – ITE Bauru. Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Professor Titular (UENP) e Advogado. E-mail: jaimedbrito@hotmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7335560938139316.

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Publicado

08-07-2025

Como Citar

CAPELARI JUNIOR, Saulo; TREJO, Jordy Arcadio Ramirez; BRITO, Jaime Domingues. Do convívio social à reclusão do lar: discussão acerca da regulamentação do Homeschooling no Brasil a partir da concepção de Apartheid Social. Direito & TI, [S. l.], v. 2, n. 21, p. 1–20, 2025. DOI: 10.63451/dti.v2i21.149. Disponível em: https://direitoeti.com.br/direitoeti/article/view/149. Acesso em: 11 jul. 2025.

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