INCLUSÃO DIGITAL:

UM PASSO RUMO À JUSTIÇA ALGORÍTMICA

Autores

Palavras-chave:

Política Nacional de Educação Digital, Equidade de Gênero, Tecnologia de Informação e Comunicação, Viés algorítmico

Resumo

Este artigo visa analisar a extensão da relação entre inclusão digital e justiça algorítmica, bem como o papel dessa inclusão na promoção de equipes diversificadas que contribuam para o desenvolvimento de algoritmos menos enviesados. Utilizando o método dedutivo, realiza-se uma revisão bibliográfica e documental exploratória. O estudo inicia-se com a análise da legislação, focando nas recentes alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que agora incorpora a educação digital desde a educação básica, além de examinar a instituição da Política Nacional de Educação Digital. Segue-se uma investigação sobre a importância e os impactos da inclusão digital, sua relação com a justiça algorítmica, e a persistência do baixo número de mulheres na ciência, bem como os efeitos decorrentes dessa disparidade. O texto avança para explorar a complexidade da justiça algorítmica e os desafios interdisciplinares que ela apresenta, destacando a importância de equipes diversificadas no desenvolvimento de algoritmos justos e equitativos. Conclui-se que as recentes políticas públicas em educação digital representam um passo inicial em direção à consecução da justiça algorítmica, embora seu sucesso dependa da efetiva implementação dessas políticas e da mitigação das desigualdades sociais.

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Biografia do Autor

Camila Henning Salmoria, TJPR

Juíza do Tribunal de Justiça do Paraná, desde 2004. Titular na 5 Turma Recursal. Pós-graduanda em Direito Digital na ENFAM (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados). Graduada em Direito pela UFPR (2003). Graduanda em Inteligência Artificial na Universidade Positivo.

Daiana Allessi Nicoletti Alves, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Doutoranda em Tecnologia e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Membra do Grupo de Pesquisa de Gênero e Tecnologia - GETEC/UTFPR vinculado ao CNPQ. Mestra em Direitos Humanos e Políticas Públicas e Bacharela em Direito, ambas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Especialista pela Escola da Magistratura do Paraná e Escola da Magistratura Federal. Membra Relatora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e da Comissão das Mulheres Advogadas e Membra da Comissão de Direito das Famílias, todas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná. Professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da UNINTER. Advogada familiarista. Colunista. Integrante do Coletivo Todas da Lei.

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Publicado

05-04-2024

Como Citar

Henning Salmoria, C., & Allessi Nicoletti Alves, D. (2024). INCLUSÃO DIGITAL: : UM PASSO RUMO À JUSTIÇA ALGORÍTMICA. Revista Eletrônica Direito & TI, 2(18), 103–119. Recuperado de https://direitoeti.com.br/direitoeti/article/view/213

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